domingo, 16 de junho de 2013

Meu primeiro beijo

Esta postagem tem como objetivo sugerir uma situação de aprendizagem tendo como base o texto a seguir:



Meu Primeiro Beijo
(Antonio Barreto)
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem
com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos
exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e
morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos
seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou
com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de
mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber
que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus,
veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias
e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou
na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina;
0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo
menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os
meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem
os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso
aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz,
fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro
de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns
segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos,
o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos
apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o
tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e
foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

**********
Público alvo: 8º ano

Tempo previsto: 4 aulas

Competências e habilidades:
 Leitura e interpretação textual,compreensão e análise do foco narrativo,gênero textual crônica e tipos de discurso,estudo dos elementos da narrativa.

Estratégia:
a) Leitura do texto sugerido.

b) Estudo do gênero narrativo.

c) exibição da série "Confissões de adolescente (Episódio: O PRIMEIRO BEIJO).

d)Pesquisa com ajuda de ambiente virtual sobre adolescência e seus hábitos e costumes.


Avaliação:
Questionário e debate dirigido sobre o texto e produção de cartazes sobre o tema proposto pela educadora: "Hábitos e costumes do adolescente".



Metodologia:
1.Antes da leitura começamos levantando hipóteses sobre o título (O que o leitor pode esperar de um texto com esse título?).


2.Fazer uma leitura compartilhada de forma pausada,analisando o conteúdo de cada parágrafo,anotando e pesquisando eventuais vocabulários para melhor compreensão da narrativa.Não tendo mais dúvidas já é possível passar para o parágrafo seguinte.Terminando a leitura fazer uma análise com as seguintes questões:

a) O texto que acabamos de ler pertence a qual gênero textual?

b)A protagonista é uma adolescente que nos conta um momento importante de sua visa.Que momento é esse?

c)Como podemos constatar no primeiro parágrafo,a garota muda de opinião a respeito do primeiro beijo.Qual é o primeiro julgamento que ela faz? Retire do texto um trecho que ilustre sua resposta.

d) Explique que tipo de discurso é utilizado no texto.

e) Indique o tempo e o espaço da narrativa.


3.Exibir o episódio "O primeiro beijo"da série CONFISSÕES DE ADOLESCENTE.




4.Fazer uma análise do video com a seguinte questão:

* O episódio tem retrata de forma fiel o comportamento adolescente e a questão do primeiro beijo?Justifique sua resposta.

5.Levar a turma para a sala de informática para pesquisar o tema:" Os hábitos e costumes do adolescente",anotando as informações para compor cartazes na sala de aula.

6.Confeccionar em grupo cartazes com o resultado da pesquisa.

7.Expor os trabalhos na sala de aula e nos murais da escola para socializar a pesquisa.











Pausa - Moacyr Scilar

Esta é uma situação de aprendizagem com a crônica de Moacyr Scilar:



Pausa

"Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,
correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se­ e rapidamente
e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a
mulher apareceu, bocejando:
—Vai sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte
calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém­
feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era
uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher
com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido,
secamente.
Ela olhou os sanduíches:
—Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um
lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à
carga, Samuel pegou o chapéu:
—Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o
carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os
guindastes,as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de
sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-­se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e
entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão,acordando
um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o
gerente. Esfregando os olhos,pôs­-se de pé.
—Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este,não é?Agente...
—Estou compressa,seu Raul! — atalhou Samuel.— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a
chave.
Samuel subiu quatro lanços deu ma escada vacilante.
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre
floreado,olharam-­no com curiosidade:
—Aqui,meu bem!—uma gritou, e riu:um cacarejo  curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.
Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda  ­roupa de
pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel
correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de
viagem,deu corda  e colocou-­o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido;
comum suspiro,tirou  o casaco e os sapatos,afrouxou a gravata. Sentado
na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no
papel de embrulho,deitou-­se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco,dormia.Lá embaixo,acidade começava a mover-­se:
os automóveis buzinando,os jornaleiros gritando,os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-­se pela cortina, estampou um círculo
luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia;sonhava. Nu, corria por uma planície imensa,
perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o
galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as
pernas, corriam.
Samuel mexia-­se e resmungava.Às duas e  meia da tarde sentiu
uma dor lancinante nas costas. Sentou-­se na cama, os olhos
esbugalhados: o índio acabava de trespassá-­lo com a lança. Esvaindo­-se
em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito
soturno de um vapor.Depois,silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,
correu para a bacia,lavou-­se.Vestiu-­se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona,o gerente li a uma revista.
—Já vai,seu Isidoro?
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o
troco em silêncio.
—Até domingo que vem,seu Isidoro—disse o gerente.; a
noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem,
rindo. Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou
olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois,
seguiu para casa."



Público alvo: 9º ano

Tempo previsto: 6 aulas

Competências e habilidades:Leitura e análise do texto,Levantar hipóteses,localizar e comparar informações,fazer inferências,observar relações de intertextualidade,discutir e expor experiências pessoais baseadas com o enredo da crônica,observar as características do gênero textual crônica.

Estratégias:
a) Leitura do texto
b) Pesquisa do vocabulário se necessário
c) Análise das características do gênero textual
d) Análise do video clip da música "O silêncio das estrelas"(Lenine)

Avaliação: organizar um debate dirigido sobre o tema proposto no texto e na música "O silêncio das estrelas",questionário sobre a crônica "Pausa"


Metodologia:
1.Antes da leitura começamos levantando hipóteses sobre o título (O que o leitor pode esperar de um texto com esse título?).


2.Fazer uma leitura compartilhada de forma pausada,analisando o conteúdo de cada parágrafo,anotando e pesquisando eventuais vocabulários para melhor compreensão da narrativa.Não tendo mais dúvidas já é possível passar para o parágrafo seguinte.Terminando a leitura fazer uma análise com as seguintes questões:

a) No trecho:"Deteve­-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente..."O que podemos imaginar que o personagem vai fazer no local?

b) A narrativa pertence a  qual gênero textual?

c) O cronista faz uma crítica qual situação da vida real?

d) Você já vivenciou algum momento onde foi necessário fazer uma pausa?

e) Você concorda com o modo que Samuel utiliza para dar uma pausa em sua vida?Justifique


3.Exibir o video clip da música "O silêncio das estrelas",ler atentamente a letra da mesma canção e  fazer reflexões com as questões:

a) O que é solidão para você?

b) Podemos fazer uma relação entre a crônica e a música?Explique

c) Explique os versos:
"Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal"
d) Se ponha no lugar do eu lírico e responda:O que você quer afinal?

e) Quando é necessário um momento de solidão?


4. Os alunos podem ler e debater suas respostas de forma organizada e respeitando a opinião dos demais




O silêncio das estrelas

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...


Avestruz - Autor:Mário Prata




Aqui trazemos uma situação de aprendizagem sobre o texto  O Avestruz de Mário Prata:

O Avestruz

 O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha.Sim, porque foi aqui ao lado da casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto. 
   Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio. E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 a 160 quilos. Fui logo avisando à minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros -- 2,70, para ser mais exato. 
    Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pedaço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente, para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais. 
  Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor! Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: *Struthio camelus australis*. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
   Pois um animal daquele tamanho, deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
    Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento. Ele insiste; quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer. Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeira. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem. 
     Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz. 

Mário Prata






Público alvo: 6ºAno

Tempo previsto: 6 aulas

Competências e habilidades:Leitura e análise do texto,Levantar hipóteses,Localizar e comparar informações,fazer inferências,observar relações de intertextualidade,discutir e expor experiências pessoais baseadas na narrativa.

Estratégias:
 a) Leitura do texto.
 b) Pesquisar o vocabulário com o auxílio de um dicionário.
 c) Pesquisar com o auxílio da internet aspectos curiosos sobre o animal apresentado no texto (avestruz).
 d)Exibição do filme"OS PINGUINS DO PAPAI".

Avaliação:
Debate dirigido sobre respeito aos animais,produção de ficha técnica,questionário e análise do filme "Os pinguins do papai"


Metodologia:
1.Para iniciar a atividade é necessário levantar hipóteses sobre o título( O que o leitor pode esperar de um texto com esse título?).

2.Fazer uma leitura compartilhada de forma pausada,analisando o conteúdo de cada parágrafo,anotando e pesquisando eventuais vocabulários para melhor compreensão da narrativa.Não tendo mais dúvidas já é possível passar para o parágrafo seguinte.Ao término fazer uma análise com as seguintes questões:
a)Você já viu um avestruz? Em qual situação?
b)Seria possível domesticar um avestruz?

3.Ir com a turma para o laboratório de informática e pesquisar sobre os hábitos do avestruz,anotando as informações coletadas e fazer uma ficha técnica com essas informações.

4.Exibir o filme "OS PINGUINS DO PAPAI"



5.Analisar o filme e cruzar informações com o texto de Mário Prata:
a) Na sua opinião, dragões existiram?
b) Seria possível domesticar um avestruz como um dragão foi no filme?
c) Que responsabilidade devemos ter ao ter uma animal de estimação?
d) A nossa sociedade tem uma relação respeitosa com a maioria dos animais respeitando seus aspectos físicos e ancestrais?

6. Deixar que a turma leia suas respostas e assim realizar u debate dirigido com questionamentos sobre respeito aos animais,deixando os alunos se expressarem oralmente de forma livre e respeitosa.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Prática de leitura




Não sei se tenho experiências diferenciadas para socializar ,sempre fico atenta aos conselhos e dicas de colegas e pesquiso ambientes virtuais que abordem educação como sites e blogs. Eu particularmente gosto de apresentar a leitura como uma coisa íntima,gostosa da qual não se deve ter medo.A maioria dos alunos só se interessam por leituras pequenas e livros finos,então gosto de apresentar o livro fazer análise de capa,questionar e avaliar o título e fazer possíveis releituras,e é claro apresentar quando possível a biblioteca.

O poder da palavra


A menina que odiava livros


No país das maravilhas